Algumas das causas de infertilidade conjugal são detectáveis por meio de exames específicos. Por exemplo, a permeabilidade das trompas (tubas) pode ser verificada pela histerosslapingografia, o sêmen pelo espermograma, a ovulação pelo ultrassom, dentre outros. Porém, o conhecimento ainda não permite um diagnóstico de todas as causas de infertilidade. Quando se encontram defeitos muito grandes (trompas obstruídas, por exemplo) a resolução é por meio da fertilização in vitro. No entanto, há causas menores, que funcionam mais como dificultantes do que como impedientes absolutos para a gravidez. Nesses casos, um dos tratamentos possíveis é a inseminação intrauterina. A inseminação potencia a reprodução natural, resolvendo, os seguintes problemas:
- 1. Falta de ovulação (corrigida pela estimulação ovariana)
- 2. Pequenas perdas de qualidade ou quantidade no sêmen (corrigidas com a extração dos melhores espermatozóides para inocular no útero)
- 3. Defeitos de entrada do espermatozóide no útero, por incompatibilidade com o muco cervical (clara de ovo que sai durante a ovulação), pois os espermatozóides são colocados diretamente dentro do útero, evitando atravessar a camada desse muco.
O processo consiste em, primeiramente, estimular o crescimento de folículos nos ovários da paciente, por meio de hormônios, o que aumenta a chance de sucesso, corrigindo problemas de ovulação. Esse crescimento é monitorizado pelo exame de ultrassom e, quando um ou mais folículos atingem diâmetro médio maior ou igual a 17 mm, a chance de ocorrer um óvulo maduro é grande. Nesse momento, aplica-se uma medicação que torna previsível a ocasião da liberação do óvulo (ovulação). Nessa ocasião, é colhido o sêmen que, depois de preparado (o que se procura é extrair os melhores espermatozóides da amostra), será inoculado dentro do útero da paciente. A partir dai, espera-se que o próprio corpo realize o restante do processo: captura dos óvulos pelas tubas, encontro e fusão dos espermatozóides com os óvulos (fertilização), transporte do óvulo até o útero (por conta das tubas) e implantação do embrião no útero.
O procedimento é simples e de baixo custo, a taxa de gravidez estando entre 25 e 30% por tentativa. Evidentemente, apenas o médico assistente poderá decidir se o procedimento será útil ou não para o casal.