São muito comuns as situações que nos colocam em expectativa e ansiedade. Planos de uma viagem, o carro novo; aquele emprego tão desejado, o resultado das provas do vestibular, e assim por diante. E não poderia ser diferente no caso da fertilização in vitro, que é carregado de situações de incerteza, capazes de gerar ansiedade.
Vejamos: administra-se a medicação (injetável) com a esperança de que os folículos ovarianos se desenvolvam, o que pode não ocorrer; se crescerem, não é certo que todos terão óvulos; se houver óvulos, não é certo que todos sejam maduros; mesmo maduros, podem não fertilizar; se fertilizados, pode não ocorrer formação de embrião e, por fim, se transferidos, os embriões podem não implantar no endométrio e gerar a gravidez.
Há uma sequencia de etapas parcialmente dependentes uma das outras, mas não é verdade que se uma etapa aconteceu a próxima também vai acontecer, gerando ansiedade. Afortunadamente, parece não haver redução da eficiência da fertilização in vitro pela ansiedade. Um estudo holandês de 2009 mostrou que os níveis de ansiedade das mulheres que engravidaram e das que não engravidaram foram semelhantes. Assim, nem a ansiedade produzida pelo tratamento, nem a ansiedade que já existia antes do tratamento parecem ter influência na taxa de gravidez.